O Papa admitiu a Gemelli: "Ele descansou bem"
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"O Papa descansou bem a noite toda." A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do Vaticano. O pontífice está hospitalizado desde 14 de fevereiro.
Geriatra: "O Papa está em estado grave, mas a situação não é crítica, não há sepse"A situação clínica do Papa "certamente continua grave e importante, mas eu não diria crítica e, no momento, não acredito que haja sinais de um quadro inicial de sepse". Foi o que afirmou o presidente da Sociedade Italiana de Geriatria e Gerontologia (SIGG), Dario Leosco, ao comentar o último boletim sobre as condições do Papa Francisco, que relata uma "leve melhora". O Papa, disse à ANSA, "está demonstrando que tem um temperamento forte e está reagindo, e isso é positivo. Mas esse quadro clínico pode continuar por muito tempo, dado o quadro complexo, e concordo com o fato de que o prognóstico continua reservado". "Os episódios de crise respiratória que o Papa teve - explica Leosco - são devidos ao componente asmático que causa uma restrição das vias aéreas, ou uma broncoconstrição. Portanto, a piora observada ontem não é justificada pela falta de controle da infecção respiratória, mas sim pelo estado dos brônquios que é crítico e só pode ser controlado pela administração de medicamentos cortisônicos". O fato de o Papa "entrar e sair desses padrões alternados de piora do quadro respiratório - observa o geriatra - parece estar mais ligado ao componente asmático e, portanto, pode não estar relacionado à falta de resposta à antibioticoterapia". Quanto à anemia, "a própria infecção provoca uma depressão da atividade da medula e, portanto, uma redução na produção de células sanguíneas, assim como o fato de ele ser submetido a uma terapia antibiótica maciça". Em todo caso, reitera o especialista, "se passarmos de uma situação instável para uma mais estável, como parece estar acontecendo, acredito que não há elementos que possam prever um quadro de sepse no momento. A sepse é, de fato, uma condição grave que não se resolve em curto prazo. Portanto, parece-me que o quadro clínico geral não deve ser vinculado a um problema séptico. A oxigenoterapia continua sendo necessária para manter uma condição aceitável dos parâmetros respiratórios". O risco, porém, é que o Pontífice persista neste quadro clínico 'flutuante', mas substancialmente crítico: "A superação do atual quadro crítico - afirma Leosco - depende do progresso da infecção pulmonar que se expressa pelos índices inflamatórios sistêmicos, portanto pelo hemograma, leucócitos e proteína C-reativa. A resposta à antibioticoterapia depende do progresso destes parâmetros, que no momento não são divulgados no boletim. Estas são, portanto, horas decisivas para avaliar a resposta à antibioticoterapia". Em todo caso, “mesmo diante de um temperamento forte como o do Pontífice – conclui o Presidente Sigg – essa condição crítica pode durar muito tempo”.
ansa